7 de setembro de 2010

É fácil ser imperfeito

É curioso que por mais que tente escrever aqui com regularidade, pior é. Uma das coisas que me impede de escrever é o medo de errar. Seja no que for.

E para mim é muito fácil errar. Basta o seguinte exemplo para demonstrar o que é para mim um erro ou algo imperfeito: começar a escrever um post sempre da mesma maneira.

Neste blogue, nem tenho perdido muito tempo a pensar nisso. Mas posso dar-vos um exemplo concreto do que é começar algo sempre da mesma maneira e portanto sem variar. Reparem então no programa de rádio Governo Sombra. O coordenador do programa é Carlos Vaz Marques, e ele começa cada programa da mesma maneira, sempre! "Esta semana...", "Esta semana...", "Esta semana...". Isto irrita-me verdadeiramente! Será que ele tinha de começar todos aqueles programas da mesma maneira?! Bom, dantes ele tinha outra maneira; dizia sempre, "Viva sejam bem-vindos", "Viva sejam bem-vindos", "Viva sejam bem-vindos". Cada vez que começava o programa era certo que só iria ouvir da boca dele palavras novas a seguir a um "Viva sejam bem-vindos"... Aquilo já nem pareciam palavras distintas, parecia antes um som estranho e complexo.

E é este tipo de pormenores a que chamo de imperfeição.

Aparte: Imperfeito foi também este post em comparação com os outros. Não me importei tanto com as imperfeições do texto. Refiro-me à escrita em geral: às vírgulas, ao vocabulário, à estrutura do texto, etc. Mas pelo menos escrevi algo e consegui arranjar coragem para publicar. :)

8 comentários:

  1. Grande Jorge. Conheço-te o suficiente para ficar muito agradado com o facto de teres escrito com o "medo de errar", yesss! Sem medos! quem mal não quer, apenas pode ficar triste de quando em vez. Escreve o que te der na GANA, estou aqui para ler e desafiar-te. Abraço do A Afonso

    não sou ANÓNIMO !!!!!!

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  2. Acho absurdo o facto de não escreveres com mais regularidade devido ao medo de errar. Isso aliado a um medo de crítica por parte teus leitores.
    Qual é o mal em errar ou estar errado? É sempre um motor de inovação, ou seja, numa repetição já se procede correctamente. Não será por essa razão que outrem não acredita na existência de estrelas só porque olha para o céu de dia.
    Quanto às opiniões dos leitores; a análise racional é a chave para estas questões. E convinhamos; se tu te sentes bem a escrever o que escreves, então que interessa o resto?
    E, já agora, porque não lês a história do burro, do velho e da criança?

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  3. Obrigado pelo comentário. Resumidamente vou contextualizar a situação para se perceber melhor as razões que me levam a este "medo":

    Agora reflectindo um pouco chego à conclusão que criei este blogue principalmente como um escape ao insucesso escolar. Como uma forma de contrastar com os maus resultados na escola. E como tal, sempre quis cuidar deste pequeno espaço para partilhar algo meu que tivesse valor, neste caso, através de textos com pensamentos, ideias, desabafos, etc.
    Mas fazer algo consistentemente de valor não é fácil e leva o seu tempo. E portanto quando uma pessoa tem um espaço onde se compromete a dar o seu melhor, não lhe passa pela cabeça que as coisas possam correr mal. E é daí que advêm uma grande ansiedade nos momentos em que escrevo. Pergunto-me frequentemente se aquilo que escrevo é realmente interessante/inovador ou não. Isto porque se for algo banal não quero de maneira nenhuma que faça parte deste espaço que é especial pelas razões acima referidas.

    Mas atenção, eu não tenho medo de possíveis críticas por parte de quem me lê, isso até agora não aconteceu. Eu tenho é receio de que quem me lê possa não gostar daquilo que fiz. Este receio só acontece porque aquilo que publico é uma tentativa do meu melhor. Já viste o que é alguém dar o seu melhor e isso não chegar para fazer algo que os outros apreciem? Acredita que quando isso acontece é bem doloroso, pois ficamos com uma sensação de impotência quando vemos que nem a dar o nosso melhor conseguimos fazer algo que gostem.

    Espero ter-me explicado bem. Acho que até eu fiquei mais esclarecido após esta reflexão. :)

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  4. A maior dificuldade é iniciar, é escrever pela primeira vez, é representar num palco sem uma única pessoa na plateia. De repente começas, não sabes muito bem o que estás a dizer, mas começas, e isto é o importante.
    Claro que irá aparecer o encenador, o chato que tem ideias próprias e que nos diz que o corpo tb fala… mas eu ainda não “bebi” a personagem, já este melga me vem com “perfeições”. Sem dares por isso, aparecem 2, 3 pessoas nas cadeiras do fundo….ui e agora??? Baixa as luzes, “bebe” a personagem, independentemente do papel e do melga do encenador, és tu, é a criatividade, é o mundo que está em ti.
    Eu represento todos os dias, toda a hora (fins de semana não eheheh), ou escrito ou “ao vivo e a cores” faço-o com prazer, porque não estou limitado na criatividade. Tu criaste o teu palco, as tuas luzes, os teus cenários, faz-me pensar, interagir, dá-me motivos para te desafiar…
    Abraço
    Afonso

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  5. Boas, eu entendo bem a mensagem - não pensar no exterior, ser eu mesmo. Mas nem sempre é fácil, temos uma imagem a defender. :) Cump.

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  6. Olá.
    Pior do que errar é não aprender com o erros!
    Portanto, escreve... Escreve o que queres, sem ter medo do possível julgamento alheio (ou ato-julgamento).
    Esquece as palavras perfeitas, a gramática, o que soa bem e o que parece mal, escreve apenas o que queres, o que sentes, porque se o modificares o que escreves, pode já nem corresponder à verdade. E o que é que importa que seja um texto bonito, ou não repetitivo ou até mesmo errado, se não for verdadeiro?
    É imensamente curioso o teu exemplo de imperfeição, mas partindo do principio de que tudo é um "tanto ou quanto" subjectivo, já pensas-te que as coisas podem ser apenas erradas ou imperfeitas na tua cabeça?
    Os teus leitores vão apreciar verdadeiramente o que tu esreves esteja isso errado ou não.
    Peço desculpa por deixar este comentário que muito deve à perfeição em muitos aspectos, mas queria apenas deixar-te uma opinião.

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  7. obrigado pelo comentário, acho que me ajudou bastante. Vou ver se daqui em diante escrevo de maneira mais descontraída! :)

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